terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

INSTITUTO JAPI DE ENSINO SUPERIOR

INSTITUTO JAPI DE ENSINO SUPERIOR


PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA – TEIA DO SABER

A construção do olhar

A visão nos impregna com emoções desde os primeiros momentos de vida pós-uterina, quando aprendemos a reconhecer o afeto no sorriso materno; quando reconhecemos objetos. Assim, tudo que vemos acaba, mais cedo ou mais tarde, se transformando em "vivência", ou "referência de aprendizado". Não precisamos estar dentro de um prédio em chamas para compreendermos — e nos desesperarmos com — um incêndio, mas essa compreensão é muito mais fácil se já assistimos, ainda que em filmes ou fotos, às cenas do fogo consumindo matéria, labaredas ao vento, golfadas de fumaça e vapor.

Da mesma forma, uma pessoa nascida nas montanhas, que jamais tenha visto mais água do que no chafariz da cidade — ou no pequeno riacho sob o pontilhão — por mais que tenha lido O velho e o mar, Moby Dick ou a Odisséia, não poderá compreender a imensidão azul.

O olhar nos ajuda a construir nossas referências de vida e de mundo.

Por isso somos induzidos a acreditar no que vemos de forma tão contundente: uma imagem, como dizem os chineses, vale por mil palavras.

Mas nem tudo que vemos traz uma verdade intrínseca. Como bem lembrou Darcy Ribeiro em seu ensaio Sobre o óbvio, todos os dias assistimos ao nascer do sol de um lado da terra a ao seu ocaso do outro, nos ensinando o óbvio: o sol gira em torno da terra.

Esse ponto de vista perdurou por milênios. Fez os gregos criarem o deus-sol Apolo, por exemplo, que cruzava os céus em sua carruagem de fogo, e fez também com que, por uma eternidade, se acreditasse que a terra fosse o centro do universo. Então, a se confiar no que vemos, certamente poderemos nos equivocar.

Os olhos são chamados de "janelas da alma" porque revelam o nosso interior. Mas também deveriam sê-lo porque é por seu intermédio que entra a maior parte daquilo que impregna e constrói a nossa essência. Jamais duas pessoas verão a mesma coisa da mesma forma, assim como uma pessoa simplória certamente verá muito pouco ao seu redor, além dos indícios e ícones dispostos pela natureza. Por isso, quanto melhor for a nossa forma de ver, melhor será o nosso estofo.

Um olhar atento pode não nos levar longe, mas fará uma enorme diferença. Alguns dos grandes avanços do conhecimento humano foram frutos de observações casuais, como a de Galileu Galilei contemplando um pêndulo dentro de uma igreja, ou Isaac Newton deitado debaixo de uma macieira.

É claro que esses olhares atentos estavam instrumentados por filtro poderoso: informação. Informação faz a diferença. Não só a informação técnica que embasa todo conhecimento científico, mas informação de qualquer espécie. Recentemente, em meio à comoção que nos arrebatou com as tsunamis asiáticas, chamou a atenção de todos o fato de que uma estudante de 10 anos salvou um grupo enorme de pessoas porque estudara, dias antes, o fenômeno e, assim, pôde ler o refluxo da maré com seu significado mais possível. Está claro que ela tinha alguma informação, mas também está claro que não era um tratado sobre a mecânica dos fluidos, nem sobre a movimentação das marés. Era apenas uma informação escolar sobre fenômenos da natureza. Quantos outros puderam enxergar dessa forma aquele indício sinistro?

"Construir o olhar", portanto, é emprestar juízo de valor às coisas que vemos.

E não deixa de ser interessante o fato de que, exatamente porque podemos "ler" em outras superfícies além dos códigos alfabéticos, também possamos "escrever" através delas. Lembro-me imediatamente, por exemplo, dos velhos filmes de Tarzan, quando, do nada, um tum-tum, tum-tum ia logo anunciando encrenca. Não era às vistas, mas era aos ouvidos.

Essa é uma primeira e básica possibilidade de escrita — ou atribuição de significados — com outras linguagens. Que na verdade são códigos não lingüísticos, mas ainda são códigos.

A coisa começa a complicar quando os objetos simples do dia-a-dia se emprenham de significados intrínsecos e superpostos e começam a dar referências múltiplas de valores e conteúdos. Uma sigla; uma fotografia; uma publicação; um edifício; uma cidade inteira... Essa leitura e escrita complexa requerem olhares complexos. Como a informação, de um modo geral, é transmitida e acumulada através da escrita e da arte, qualquer projeto de construção do olhar passa, necessariamente, pelo amplo domínio da leitura, tanto da escrita como da arte.











Aprender a pensar é descobrir o olhar

Márcia Tiburi – Filósofa



A diferença entre ver e olhar é tanto uma distinção semântica que se torna importante em nossos sofisticados jogos de linguagem tomados da tarefa de compreender a condição humana – e, nela, especialmente as artes –, quanto um lugar comum de nossa experiência. Basta pensar um pouco e a diferença das palavras, uma diferença de significantes, pode revelar uma diferença em nossos gestos, ações e comportamentos. Nossa cultura visual é vasta e rica, entretanto, estamos submetidos a um mundo de imagens que muitas vezes não entendemos e, por isso, podemos dizer que vemos e não vemos, olhamos e não olhamos. O tema ver-olhar – antigo como a filosofia e a arte – torna-se cada vez mais fundamental no mundo das artes e estas o território por excelência de seu exercício. Mas se as artes nos ensinam a ver – olhar, é porque nos possibilitam camuflagens e ocultamentos. Só podemos ver quando aprendemos que algo não está à mostra e podemos sabê-lo. Portanto, para ver olhar, é preciso pensar.

Ver está implicado ao sentido físico da visão. Costumamos, todavia, usar a expressão olhar para afirmar uma outra complexidade do ver. Quando chamo alguém para olhar algo espero dele uma atenção estética, demorada e contemplativa, enquanto ao esperar que alguém veja algo, a expectativa se dirige à visualização, ainda que curiosa, sem que se espere dele o aspecto contemplativo. Ver é reto, olhar é sinuoso. Ver é sintético, olhar é analítico. Ver é imediato, olhar é mediado. A imediaticidade do ver torna-o um evento objetivo. Vê-se um fantasma, mas não se olha um fantasma. Vemos televisão, enquanto olhamos uma paisagem, uma pintura.

A lentidão é do olhar, a rapidez é própria ao ver. O olhar é feito de mediações próprias à temporalidade. Ele sempre se dá no tempo, mesmo que nos remeta a um além do tempo. Ver, todavia, não nos dá a medida de nenhuma temporalidade, tal o modo instantâneo com que o realizamos. Ver não nos faz pensar, ver nos choca ou nem sequer nos atinge. As mediações do olhar, por sua vez, colocam-no no registro do corpo: no olhar – ao olhar - vejo algo, mas já vitimado por tudo o que atrapalha minha atenção retirando-a da espécie sintética do ver e registrando- a num gesto analítico que me faz passear por entre estilhaços e fragmentos a compor – em algum momento – um todo. O olhar mostra que não é fácil ver e que é preciso ver, ainda que pareça impossível, pois no olhar o objeto visto aparece em seus estilhaços de ser e só com muito custo é que se recupera para ele a síntese que nos possibilita reconstruir o objeto. É como se depois de ver fosse necessário olhar, para então, novamente ver. Há, assim, uma dinâmica, um movimento - podemos dizer - um ritmo em um processo de olhar-ver. Ver e olhar se complementam, são dois movimentos do mesmo gesto que envolve sensibilidade e atenção.

O olhar diz-nos que não temos o objeto e, todavia, nos dispõe no esforço de reconstituí-lo. O olhar nos faz perder o objeto que visto parecia capturado. Para que reconstituí-lo? Para realmente captura-lo. Mas essa captura que se dá no olhar é dialética: perder e reencontrar são os momentos tensos no jogo da visão. Há, entretanto, ainda outro motivo para buscar reconstruir o objeto do olhar: para não perder além do objeto, eu mesmo, que nasço, como sujeito, do objeto que contemplo – construo enquanto contemplo. Olhar é também uma questão de sobrevivência. Ver, por sua vez, nos liberta de saber e pode nos libertar de ser. Se o olhar precisa do pensamento e ver abdica dele, podemos dizer que o sujeito que olha existe, enquanto que o sujeito que vê, não necessariamente existe. Penso, logo existo: olho, logo existo. Eis uma formulação para nosso problema.

Mas se não existo pelo ver, não estou implicado por ele nem à vida, nem à morte. Ver nos distancia da morte, olhar nos relaciona a ela. O saber que advém do olhar é sempre uma informação sobre a morte. A morte é a imagem. A imagem é, antes, a morte. Ver não me diz nada sobre a morte, é apenas um primeiro momento. Ver é um nascimento, é primeiro. O olhar é a ruminação do ver: sua experiência alongada no tempo e no espaço e que, por isso, nos instaura em outra consistência de ser. Por isso, nossa cultura hipervisual dirige-se ao avanço das tecnologias do ver, mas não do olhar. É natural que venhamos a desenvolver uma relação de mercadoria com os objetos visualizáveis e visíveis. O olhar implica, de sua parte, o invisível do objeto: a coisa. Ele nos lança na experiência metafísica. Desarvoramos a perspectiva, perturba-nos. Por isso o evitamos. Todavia, ainda que a mediação implicada no olhar faça dele um acontecimento esparso, pois o olhar exige que se passeie na imagem e esse passear na imagem traça a correspondência ao que não é visto, é o olhar que nos devolve ao objeto – mas não nos devolve o objeto - não sem antes dar-nos sua presença angustiada.

O olhar está, em se tratando do uso filosófico do conceito, ligado à contemplação, termo que usamos para traduzir a expressão Theorein, o ato do pensamento de teor contemplativo, ou seja, o pensar que se dá no gesto primeiro da atenção às coisas até a visão das idéias tal como se vê na filosofia platônica. Paul Valéry disse que uma obra de arte deveria nos ensinar que não vimos aquilo que vemos. Que ver é não ver. Dirá Lacan: ver é perder. Perder algo do objeto, algo do que contemplamos, porque jamais podemos contemplar o todo. O que se mostra só se mostra porque não o vemos. Neste processo está implicado o que podemos chamar o silêncio da visão: abrimo-nos à experiência do olhar no momento em que o objeto nos impede de ver. Uma obra de arte não nos deixa ver. Ela nos faz pensar. Então, olhamos para ela e vemos.

Pintura e Literatura - Caminhos da Beleza

Pontos comuns diferenciados entre a arte de escrever e a de pintar,

tratando a interpretação como uma questão pessoal.



Muitos são os caminhos para a expressão do belo: pintura, escultura, literatura, música, dança, arquitetura e tantas outras formas de atingir o campo sensível dos seres humanos. Todas essas artes buscam, de alguma forma, o mundo. Os olhos vêem, o coração sente, ele produz beleza.

E para os sensíveis apreciadores das artes, podemos selecionar, em meio delas, a literatura e a pintura, traçando um curioso paralelo entre essas duas formas de expressão do pensamento e de sentimentos que transformam a realidade.

Comecemos buscando definições práticas.

Literatura: de acordo com o dicionário é a arte de compor obras literárias; conjunto de trabalhos literários de um país ou de uma época; carreira das letras; o homem da letra. Palavra originária do latim "litera", teve, no início, o significado da "totalidade das produções intelectuais de uma nação ou da vida de cada povo, cada raça". No sentido mais amplo podemos encontrar literatura como "o conjunto das produções sábias e intelectuais de toda a humanidade e de todas as manifestações dos povos"; no sentido puramente intelectual, seria "carreira das letras, profissão do homem e da mulher que se dedicam a obras concernentes à literatura".

Para nosso paralelo, utilizaremos o conceito de literatura como "o conjunto de todas as produções intelectuais nascidas da imaginação e resultantes das palavras escritas e faladas". É a obra elaborada pelo escritor.

E a pintura? Qual é a sua definição?

Segundo os dicionários é "arte de pintar, obra executada por pintor; descrição fiel e minuciosa; quadro, painel, cor, representação escrita ou verbal; coisa bonita e perfeita; imagem; ato ou efeito de pintar". A pintura faz parte, juntamente com a escultura, das linhas , da cor, da forma...

Assim, a pintura pode ser entendida como a representação da beleza e da perfeição que nos é passada por uma imagem concreta, um retrato daquilo que o artista quer apresentar aos olhos dos homens e de si mesmo.

Quais seriam, portanto, os pontos comuns e diferenciados entre a arte de escrever e a arte de pintar?

1º - A existência do tema - Tanto a obra literária quanto a pintura apresentam um tema nem sempre fácil de ser reconhecido. Por isso fazem-se necessários a descoberta de antigos valores e o resgate da história para que cheguemos a ele. Os temas variam de acordo com a inspiração ou o contexto de que o pintor ou escritor se utiliza para o seu trabalho.

2º - A utilização de uma técnica própria - O pintor utiliza-se de sua sensibilidade, da sua intimidade com as cores e instrumentos; da capacidade de reproduzir visualmente uma realidade, recompondo-a transformada ou não, através de sua própria interpretação e do domínio de conhecimentos da arte de pintar.

Acontece quase o mesmo com o escritor: utiliza-se de sua sensibilidade, de sua intimidade com as palavras, estrutura das frases, implicâncias gramaticais e da sua capacidade de reproduzir, através delas o mundo exterior, real e/ou imaginário, passando-o pelo crivo de sua interpretação, sob o domínio das letras. As duas expressões artísticas são elaboradas a partir de técnicas apropriadas para o objetivo do autor ou mesmo da obra. Essas técnicas da criação física do sensível, na pintura, torna-se imagística-concreta e, na criação literária, imagística-intelectual.

3º - Os recursos utilizados - O pintor utiliza-se de instrumentos próprios para expressar-se: pincéis, lápis, tintas, telas, materiais diversificados. Também usa seu conhecimento de técnicas consagradas ou as recria em novos caminhos de expressão.

O escritor utiliza-se de palavras, do seu conhecimento de línguas, dos meios de registros da reprodução de suas idéias. Seus instrumentos são ainda a caneta, o lápis, o papel, a máquina de escrever, o computador, a impressora e outros.

Utiliza-se também, como o pintor, de sua cultura, de sua maneira própria de enxergar o mundo, de estudos e pesquisa. Expressa-se através do texto escrito, com imagens que sensibilizem a imaginação do leitor, com descrições que lhe transmitam conhecimentos de alguns assuntos ou com relatos que o coloquem informado sobre os acontecimentos.

4º - Espaço e tempo - As linguagens adotadas, tanto pelo pintor quanto pelo escritor sempre são relacionadas a uma determinada época histórica ou a um determinado espaço.

Desse modo, a sua produção pode expressar-se vinda de espaços interiores ou exteriores, visto que o contexto histórico motivador pode estar instalado dentro e/ou fora do autor da obra.

5º - Estilo histórico - Visto que o contexto histórico é inserido na obra através da captação do tempo, o estilo dos autores da literatura e da pintura apóia-se nos chamados "movimentos de influência". Assim, temos observado a presença de estilos influenciados pela escola artística predominante na época da produção.

Também, a não contemporaneidade de movimentos artístico-literários no tempo e no espaço histórico, gerou estilos diferentes na expressão de pintores e escritores brasileiros e europeus.

Como resultado, temos obras de pintura e literatura ligadas ou não aos "movimentos de influência", nas quais podemos detectar claramente a época e o estilo., assim como as características predominantes nas mesmas, mostrando o contexto histórico da sua produção.

6º - Liberdade de expressão - Tanto na pintura quanto nos textos, o artista é livre para estabelecer convenções e regras, apropriar-se ou não das já existentes.

Não se prendendo a elas, a livre-expressão fará com que sua produção seja única, tenha seu estilo, expresse sua forma de ver o mundo e o transforme com seu trabalho.

Interpretação: uma questão pessoal - Caso alguém se proponha a explorar significados e mensagens de pinturas ou de textos literários, há grande risco de confusão pela quantidade de índices de pontos de vista diante de uma produção artística.

Por isso, tanto o pintor quanto o escritor, ao realizarem suas obras, não devem estar preocupados com "o que vão pensar" e sim com " o que eu penso".

A interpretação de uma obra artística depende de muitos fatores: cultura, contexto da literatura, contexto histórico (social, moral, psicológico, etc.) Se são comuns visões diferentes sobre um assunto, o mesmo acontece com as produções artístico-literárias.

Dessa forma, cabe ao apreciador de pintura ou de literatura, buscar caminhos para entender essa linguagem, situando-a no tempo e no espaço de produção e da apreciação da obra. Resta-lhe, diante do produto do pintor ou do escritor, selecionar para si o melhor campo a ser explorado, posicionando-se como um crédulo em sua própria interpretação.

Para tanto, não pode perder de vista seus recursos: conhecimentos de história e de habilidades técnicas para ampliar a experiência pessoal.

O apreciador de uma obra de arte contemporânea, histórica ou futurística tem também o direito de ignorar os discursos convencionais de interpretação e de assimilar de uma obra, apenas o que deseja gravar em sua mente e em seu coração.



MOVIMENTOS ARTÍSTICOS NAS ARTES PLÁSTICAS



História das Artes Plásticas, Fases Artísticas, Arte Pré-Histórica, Arte Egípcia, Arte Grega, Arte Romana, Arte Bizantina, Arte Medieval, Arte Renascentista, Barroco, Romantismo, Realismo, Expressionismo, Arte Abstrata.

Arte na Pré-História

As primeiras obras de arte datam do período Paleolítico. Entre as obras mais antigas já encontradas estão pequenas estátuas humanas como, por exemplo, a Vênus de Willendorf (aproximadamente 25000 a.C.). Os mais conhecidos conjuntos de pinturas em cavernas ( arte rupestre ) estão em Altamira, na Espanha e datam de 30000 a.C. a 12000 a.C.; e em Lascaux, na França de 15000 a.C. a 10000 a.C. , onde se encontram pinturas rupestres de animais pré-históricos como: cavalos, bisões, rinocerontes. Estas pinturas indicam rituais pré-históricos ligados à caça. As imagens demonstram um naturalismo e evoluem da monocromia à policromia entre os anos de 15000 a.C. a 9000 a.C.

Arte Mesopotâmica

Na região entre os rios Tigre e Eufrates desenvolveu-se a civilização mesopotâmica. Nesta região, sumérios, babilônios, assírios, caldeus e outros povos desenvolveram uma arte que demonstra a religiosidade e o poder dos governantes. São touros alados, estatuetas de olhos circulares, relevos em paredes representando guerras e conquistas militares e animais e pictogramas representando fatos da realidade daqueles povos.

Arte do Egito

No Antigo Egito as obras de arte possuíam um possui forte caráter religioso e funerário.Essas características podem ser explicadas em função da crença que os egípcios tinha na vida após a morte. Há representações artísticas de deuses, faraós e animais explicadas por textos em escrita hieroglífica. As pinturas eram feitas nas paredes das pirâmides ou em papiros. Representavam o cotidiano da nobreza ou tratava de assuntos do cotidiano. Uma das características principais é o desenho chapado, de perfil e sem perspectiva artística.

Arte na Grécia Antiga

A cultura e a arte minóica desenvolveu-se na ilha grega de Creta. Nas pinturas dos murais as cores diversificadas mostram-se fortes e vivas. Desenhos de touros, imagens abstratas, símbolos marinhos e animais ilustram a cerâmica.

O período clássico da arte grega é a época de maior expressão da arte grega. A natureza é retratada com equilíbrio e as formas aproximam-se da realidade. A perspectiva aparece de forma intensa nas pinturas gregas deste período. Nas esculturas de bronze e mármore, destacam-se a harmonia e a realidade. Os principais escultores são Mirón, Policleto, Fídias, Praxíteles. A arquitetura e a ornamentação de templos religiosos, como o Partenon, a acrópole de Atenas e o templo de Zeus na cidade de Olímpia mostram força e características expressivas.

No período helenístico, ocorre a fusão entre as artes grega e oriental. A arte grega assume aspectos da realidade, fruto do domínio persa. Nas esculturas verifica-se dramaticidade e as formas decorativas em excesso. Entre as obras mais representativas deste período estão: Vitória da Samotrácia , Vênus de Milo e o templo de Zeus, em na cidade de Pérgamo.

Arte Romana do Ocidente e do Oriente ( Arte Bizantina )

Com forte influência dos etruscos, a arte romana antiga seguiu os modelos e elementos artísticos e culturais dos gregos e chega a "copiar" estátuas clássicas. É a época da construção de monumentos públicos em homenagem aos imperadores romanos. A pintura mural recorre ao efeito tridimensional. Os afrescos da cidade de Pompéia (soterrada pelo vulcão Vesúvio em I a.C.) são representativos deste período.

No Império Romano do Oriente ( Império Bizantino ) com capital em Constantinopla (antiga Bizâncio), aparece a arte bizantina, sob forte influência da Grécia . Podemos destacar as pinturas murais, os manuscritos, os ícones religiosos e os mosaicos de cores fortes e brilhantes, carregados de profundo caráter religioso.

Arte Renascentista : O Renascimento Cultural (séculos XV e XVI)

Os elementos artísticos da Antiguidade clássica voltam a servir de referência cultural e artística. O humanismo coloca o homem como centro do universo ( antropocentrismo ). São características desta época : uso da técnica de perspectiva, uso de conhecimentos científicos e matemáticos para reproduzir a natureza com fidelidade. Na pintura, novas técnicas passam a ser utilizadas : uso da tinta a óleo, por exemplo, buscava aumentar a ilusão de realidade.

A escultura renascentista é marcada pela expressividade e pelo naturalismo. A xilogravura passa a ser muito utilizada nesta época. Entre as pinturas destacam-se: O Casal Arnolfini, de Jan van Eyck; A Alegoria da Primavera, de Sandro Boticcelli; A Virgem dos Rochedos, Monalisa e A Última Ceia de Leonardo da Vinci; A Escola de Atenas, de Rafael Sanzio; o teto da Capela Sistina e a escultura Davi de Michelangelo Buonarotti.

Maneirismo (século XVI)

Ao romper com as referências clássicas de idealização da beleza, o maneirismo diferencia-se por suas imagens distorcidas e alongadas. A natureza é representada de forma distorcida e realista, sendo que as figuras bizarras aparecem com freqüência. Obras mais importantes do maneirismo: O Juízo Final, de Michelangelo; A Crucificação, de Tintoretto; e O Enterro do Conde de Orgaz, de El Greco.

Barroco : arte barroca (1600 a 1750)

A arte barroca destaca a cor e não o formato do desenho. As técnicas utilizadas dão um sentido de movimento ao desenho. Os efeitos de luz e sombra são utilizados constantemente como um recurso para dar vida e realidade à obra. Os temas que mais aparecem são: a paisagem, a natureza-morta e cenas da vida cotidiana.

Obras barrocas mais conhecidas: A Ceia em Emaús, de Caravaggio; A Descida da Cruz, de Peter Paul Rubens; A Ronda Noturna, de Rembrandt; O Êxtase de Santa Teresa, de Gian Lorenzo Bernini; As Meninas, de Diego Velásquez; e Vista de Delft, de Jan Vermeer.

Rococó (1730 a 1800)

O estilo rococó é marcado por pinturas com tons claros, com linhas curvas e arabescos. O estilo é bem decorativo e a sensualidade aparece em destaque. Os afrescos ganham importância e são utilizados na decoração de ambientes interiores.

Artistas mais importantes do rococó: Jean-Antoine Watteau, Giovanni Battista Tiepolo, François Boucher e Jean-Honoré Fragonard.

Neoclassicismo (1750 a 1820)

Novamente os elementos e valores da arte clássica ( grega e romana ) são resgatadas.. Há uma incidência maior do desenho e da linha sobre a cor. O heroísmo e o civismo são temas muito explorados neste período.

Principais obras: Perseu com a Cabeça da Medusa, de Antonio Canova; O Parnaso, de Anton Raphael Mengs; O Juramento dos Horácios e A Morte de Sócrates, de Jacques-Louis David; e A Banhista de Valpinçon, de Jean-Auguste-Dominique Ingres.

Romantismo nas artes plásticas (De 1790 a 1850)

Subjetividade e introspecção, sentimentos e sensações são características deste período. A literatura romântica, os elementos da natureza e o passado são retratados de forma intensa no romantismo.São representantes desta época o artista Francisco de Goya y Lucientes. Algumas de suas principais pinturas são: A Família de Carlos IV, O Colosso e Os Fuzilamentos do Três de Maio de 1808. Outras obras românticas : A Balsa da Medusa, de Théodore Géricault; A Carroça de Feno, de John Constable; A Morte de Sardanapalo, de Eugène Delacroix; e O Combatente Téméraire, de Joseph William Turner.

Realismo (De 1848 a 1875)

O realismo destaca a realidade física através da objetividade científica e crua. Estas obras são inspiradas pela vida cotidiana e pela paisagem natural. Aparecem fortes críticas sociais e elementos do erotismo, provocando criticas dos setores conservadores da sociedade européia do século XIX. Principais pinturas: Enterro em Ornans, de Gustave Courbet; Vagão de Terceira Classe, de Honoré Daumier; e Almoço na Relva, de Édouard Manet.

Impressionismo (De 1880 a 1900)

Através da luz e da cor os artistas do impressionismo buscam atingir a realidade. As obras são feitas ao ar livre para aproveitar a luz natural. Obras mais conhecidas: Impressão, Nascer do Sol, de Claude Monet, A Aula de Dança, de Edgard Degas; e O Almoço dos Remadores, de Auguste Renoir.

Pós-impressionismo

É o período marcado pelas experimentações individuais. Os artistas buscam a realidade e imitam a natureza, utilizando recursos de luz e cor. O cromatismo é muito utilizado.As cores mais intensas são exploradas por Vincent Van Gogh com pinceladas fortes e explosivas, como em Noite Estrelada. Henri de Toulouse-Lautrec usa a técnica da litogravura.

Expressionismo

Artistas plásticos de diferentes períodos são considerados precursores do expressionismo, entre eles Goya, Van Gogh, Gauguin e James Ensor. O expressionismo pode ser considerado como uma postura assumida em diversas formas de manifestação artística durante o século XX. Vários artistas desta trabalham nessa linha, sem ligar-se a movimentos ou a grupos. Podemos citar alguns: Edward Munch, Emil Nolde, Amedeo Modigliani, Oskar Kokoschka, Egon Schiele, Chaim Soutine, Alberto Giacometti e Francis Bacon.

Cubismo ( De 1908 a 1915 )

Este estilo rompeu com os elementos artísticos tradicionais ao apresentar diversos pontos de vista em uma mesma obra de arte. As formas geométricas são utilizadas muitas vezes para representar figuras humanas. Recortes de jornais, revistas e fotos são recursos utilizados neste período. São obras representativas desta época: Les Demoiselles d'Avignon, de Pablo Picasso, e Casas em L'Estaque, de Georges Braque.

Dadaísmo (Décadas de 1910 a 1920)

Revolucionário, anárquico e anticapitalista, o dadaísmo, prega o absurdo, o sarcasmo, a sátira crítica e o uso de diversas linguagens, como pintura, poesia, escultura, fotografia e teatro. Destacam-se os artístcas: Hugo Ball, Hans Arp, Francis Picabia, Marcel Duchamp, Max Ernst, Kurt Schwitters, George Grosz e Man Ray.

Arte Surrealista (Década de 1920)

Os artistas exploram o inconsciente e as imagens que não são controladas pela razão. O surrealismo usa associações irreais, bizarras e provocativas. O rompimento com as noções tradicionais da perspectiva e da proporcionalidade resulta em imagens estranhas e fora da realidade.

Obras: Auto-Retrato com Sete Dedos, de Marc Chagall; O Carnaval do Arlequim, de Joan Miró; A Persistência da Memória, de Salvador Dalí; A Traição das Imagens, de René Magritte; e Uma Semana de Bondade, de Max Ernst, são algumas das obras mais representativas.

Pop Art (Década de 1950)

As histórias em quadrinhos e a mídia visual e impressa são os elementos de referência da pop art. Humor e crítica ao consumismo são constantes nas obras de pop art. Artistas mais conhecidos: Richard Hamilton, Allen Jones, Robert Rauschenberg, Jasper Johns, Andy Warhol, Roy Lichtenstein, Tom Wesselman, Jim Dine, David Hockney e Claes Oldenburg.

Arte Conceitual (Década de 1960)

Textos, imagens e objetos são as referências artísticas deste tipo de arte. A obra deve ser valorizada por si só. Um dos meios preferidos dos artistas conceituais é a instalação, ou seja, um espaço de interação entre a obra e o espectador. Até mesmo a televisão e o vídeo são usados nas instalações. Destacam-se os seguintes artistas: Joseph Beuys, Joseph Kosuth, Daniel Buren, Sol Le-Witt e Marcel Broodthaers, Nam June Paik, Vito Acconci, Bill Viola, Bruce Naumann, Gary Hill, Bruce Yonemoto e William Wegman.



Bibliografia

"Para entender de arte"- Editora Ática, edição brasileira - 1996

www.leiabrasil.org.br

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